Curva da banheira: Qual a vida útil de um elevador?

Por Carlos Eduardo dos Santos

Utilizado muito na Engenharia de Manutenção e Confiabilidade, a “Bathtub Curve” (Curva da Banheira) também conhecida como curva “S”, é um método estatístico para análise de falhas de um ativo. Trazendo para uma explicação menos formal e técnica, esse método consegue definir a durabilidade de um equipamento.

Trazendo para a área de elevadores, é uma das ferramentas que mais gosto de utilizar para mostrar as falhas do elevador, demonstrando porque ocorrem falhas quando é instalado, durante sua vida útil e por que quando chega a fase de envelhecimento, essa taxa de falhas começa a crescer, criando assim um alerta de que talvez tenha chegado a hora de modernizar o equipamento.

Com isso, trouxe esse pequeno artigo para compartilhar a utilização dessa ferramenta com a área que amo e trabalho há mais de dez anos.

CURVA DA BANHEIRA DE UM ELEVADOR

Segundo alguns especialistas e engenheiros da área do transporte vertical, um elevador tem que ser modernizado a cada 20 anos em média, pois começa a ter inúmeros gastos em relação a manutenibilidade do equipamento. Para entender melhor, explicarei cada fase da curva da banheira e como ela se correlaciona com o elevador.

A curva da banheira é dividida em três fases enumeradas na imagem acima: 1. Mortalidade infantil, 2. Vida útil e 3. Envelhecimento ou desgaste. Elas estão relacionadas à taxa de falhas (failure rate), que está no lado esquerdo/vertical da imagem e pelo tempo (time), que está abaixo na horizontal.

  1. Mortalidade infantil: esse é o período da instalação de um elevador novo, onde sempre ocorrem falhas prematuras, originadas por algum problema no processo, que pode decorrer por defeitos de fabricação ou problemas de instalação. É bem comum nessa fase inicial, se você teve ou tem um apartamento recém-entregue, que o elevador apresente alguma falha, independente de modelo e fabricante.

Por experiência própria de campo, essas falhas vão diminuindo em um período curto de tempo – claro, se o mesmo foi montado corretamente e se as manutenções estão sendo realizadas conforme as orientações do fabricante. O que não é comum nessa fase? O elevador apresentar uma taxa muito elevada de falhas durante os três primeiros meses. A média comum seria de uma a três falhas no primeiro mês e com os meses subsequentes essa taxa diminuir, e posteriormente, entrando assim na segunda fase.

2. Vida útil: a segunda fase é o principal período de funcionamento do elevador. O equipamento ficará nessa etapa por anos, tende-se a estabilizar a taxa de falhas, apesar do gráfico mostrar uma linha reta nesse período, as falhas ocorrerão. O que definirá essa estabilidade são as manutenções periódicas que devem ser seguidas com extrema qualidade. Também é necessário a substituição de peças preventivamente que venham a desgastar com a utilização. Nesse ponto, é muito importante o condomínio ter um controle orçamentário com o objetivo de arrecadar recursos financeiros a médio e longo prazo, seja com um contrato de manutenção que tenha essa cobertura, seguros ou reserva em caixa exclusivamente para o elevador. Com o passar dos anos, as peças do elevador podem se tornar obsoletas e o custo poderá ser elevado, conforme o equipamento vai envelhecendo, a taxa de falhas começa a crescer, entrando então na terceira e última fase.

3. Envelhecimento ou desgaste: a última fase do elevador na curva da banheira, começa em média após 15 anos de uso. Nessa fase, o equipamento começa a apresentar uma taxa elevada de falhas, uma peça que não é trocada acaba comprometendo outra, trazendo uma verdadeira dor de cabeça para o condomínio. Nesse período, é o momento final da vida útil do elevador, e analisar os custos é necessário para tomar a decisão correta, para a troca parcial ou total do equipamento. Na área de elevadores são chamadas: modernização total ou modernização parcial.

O que ocorre após a fase de envelhecimento? Caso opte por modernizar total ou parcialmente, o elevador entrará novamente na fase inicial de mortalidade infantil e o que definirá a confiabilidade é um projeto que contenha uma variação menor de erros.

Conclui-se que o correto funcionamento de um elevador começa desde a instalação, por isso é fundamental realizar uma boa escolha na compra de um elevador. É nela que será definido qual a confiabilidade e durabilidade que o equipamento terá. Existem elevadores bem instalados, conservados e com manutenção de qualidade que funcionam perfeitamente há mais de 25 anos, como também possuem elevadores que com dez anos de funcionamento, chegam na fase de envelhecimento precocemente.

SOBRE O AUTOR

Carlos Eduardo dos Santos

LinkedIn Creators | Técnico em Elevadores | Sênior | Graduando em Engenharia Mecânica | NR12 | Gestão de equipes | Consultor Técnico | Vendas | Yellow Belt | Liderança

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