Até as décadas de 80-90 não fazia sentido falar em modernização de elevadores, afinal o avô dos robôs funcionava há anos através de relês, sem grandes evoluções para os usuários. Mesmo se reformasse o elevador e substituísse o quadro de comando e outras partes, praticamente nada mudava no funcionamento. Não agregava novas funções acessórias para os viajantes, que ficavam praticamente na mesma.
Com a introdução da tecnologia eletrônica a modernização de elevadores, passou a ser um segmento de negócio muito relevante para as empresas de elevadores, pois passaram a poder oferecer aos condomínios e usuários inovações também para os elevadores existentes.
Especialmente com o surgimento de fornecedores independentes, que proporcionaram acesso à tecnologia eletrônica de ponta, para empresas de qualquer porte e que até então na maioria das vezes eram de “origem e formação” no segmento da mecânica. Isso viabilizou as empresas de pequeno e médio porte antes restritas à manutenção, possibilitando assim acrescer neste novo segmento.
E mais importante, poder proporcionar maior segurança, funcionalidade e inovações para seus clientes, inclusive com aumento da fidelização dos contratos de manutenção através da satisfação com a modernização.
AS PRIMEIRAS MODERNIZAÇÕES
As primeiras modernizações consistiam basicamente na troca de um quadro de comando eletromecânico, por um eletrônico microprocessado, com funcionamento mais preciso e confiável. Contudo sem modificação no acionamento do motor, que permanecia sendo através de chaves contatoras, nos tradicionais sistemas de uma ou duas velocidades, com ou sem resistor de partida para atenuar um pouco os trancos e picos. Botoeiras raramente eram trocadas, e em geral apenas um pequeno indicador de posição de LED vermelho era colocado somente no pavimento principal.
Nesta época faltava na maioria das vezes: troca de fiação, suporte (base) para dar uma estética melhor a instalação do quadro, troca dos limites, seletores ainda com a “molinha” ou fita seletora, ao invés dos sensores magnéticos, e até itens como a caixa de inspeção e fundo de poço eram “opcionais”.
A SEGUNDA MODERNIZAÇÃO COM MUITO MAIS A OFERECER ATUALMENTE.
A rápida evolução tecnológica, especialmente na área eletrônica e informática, nos proporciona poder modernizar os elevadores com muito mais recursos e vantagens do que há 30 anos, quando começarmos a modernizar com equipamentos eletrônicos.
Comando com controle do motor:
Antes tínhamos quadros de comando, mas sem o controle do motor através de um inversor de frequência. O que proporciona grande economia de energia, menor picos de corrente, evitando assim o aquecimento e desgaste do motor. Além de um conforto muito maior para os usuários sem trancos na partida e socos na parada. E ainda um nivelamento mais preciso independente da carga, sem formação de degraus e risco de acidentes. E também um menor desgaste dos itens mecânicos, tais como engrenagens, freios.
Sinalização:
A modernização ficava limitada a um indicador de pequeno porte, numérico, de LED vermelho apenas no térreo. Atualmente o visual e funcionalidade são incomparáveis, com indicadores em todos os pavimentos, na cabina, grandes, coloridos, multimídia com imagens e vídeos, anunciadores de voz, com mensagens conforme a data e horário, conexão com a internet para notícias, previsão do tempo e outras informações. Inclusive informando se alguém retém o elevador e em qual andar, se está em manutenção etc.
Conexão do elevador com a internet (Iot – Internet das Coisas)
Como outros aparelhos os elevadores também podem ser conectados à internet, e com isto as centrais de manutenção podem monitorar a distância e fazer planos de manutenção preditivas, baseados na análise dos dados coletados. Além de muito mais transparência para os síndicos e administradores que podem verificar online o desempenho e disponibilidade dos equipamentos.
Máquinas sem engrenagens e operadores de porta com inversores vvvf
Além da grande revolução tecnológica da eletrônica e informática, também numa segunda modernização podemos agregar vantagens, por exemplo, utilizando máquinas sem engrenagem, que são energeticamente mais eficientes e não necessitam de óleo como as tradicionais. Operadores de porta com acionamento com inversores de frequência, também melhoram o funcionamento das portas automáticas.
PORQUE JÁ É HORA DA SEGUNDA MODERNIZAÇÃO
Não é apenas para poder desfrutar destas vantagens, mas principalmente pela necessidade da disponibilidade de reposição. Os chips eletrônicos têm uma evolução muito veloz, mas que em contrapartida têm um ciclo mais curto. Mesmo em projetos eletrônicos cuidadosos com a necessidade de reposição por longa vida útil, que utilizam processadores de modelos industriais de ciclo mais longo que os chips utilizados em produtos de consumo, necessitam ter seu sistema atualizado periodicamente em um prazo razoável, para que possa oferecer uma pronta reposição de placas eletrônicas num equipamento tão essencial como um elevador que nunca pode parar.
Os componentes eletrônicos fora de linha, não têm como serem produzidos artesanalmente por um torneiro ou ter um técnico que possa reconstituir, reparar como ocorria no caso de alguns itens mecânicos.
Outro impacto adicional que não é insignificante, é que graças a modernização as atualizações realizadas nos elevadores existentes, podemos oferecer um transporte mais seguro do que os que não foram modernizados, ou que foram já há muito tempo.
Através da troca de componentes antigos por mais modernos com conceitos de segurança e confiabilidade dos padrões atuais, cuja a eficácia já foi comprovada.
Precisam ser novamente modernizados para se aproximarem dos padrões atuais de segurança e performance já em conformidade das normas atuais de segurança que estão em constante evolução. Infelizmente acidentes, inclusive fatais continuam ocorrendo.
Os elevadores têm que seguir um padrão mínimo de segurança independente da idade do edifício, pois os usuários confiam sua vida ao entrar num elevador e acreditam que o gestor do edifício está o mantendo seguro.
UM POÇO DE PETRÓLEO A EXPLORAR
Na Europa milhões de elevadores foram produzidos após a segunda guerra mundial na reconstrução das cidades muitas décadas atrás. No Brasil, tivemos grande verticalização especialmente nos anos 60 no Rio de Janeiro, quando ainda era capital e em São Paulo nos tempos do “milagre econômico” dos anos 70.
Com cerca de 500.000 elevadores em operação no Brasil, se o setor de elevadores focar nisto poderá descobrir um grande “poço de petróleo a explorar”. E sem poluir! Pelo contrário, gerando benefícios ambientais através de melhor eficiência energética.
A modernização é essencial para a segurança de todos, isto significa que há muito trabalho para as empresas deste setor.
Considerando que estamos longe de terminar a substituição de todos os ultrapassados comandos eletromecânicos, dos quais há grande dificuldade para obter mão de obra para a manutenção, pois os técnicos que conheciam já literalmente se aposentaram, além de clara falta de componentes que foram fabricados há mais de 30-40 anos.
A ideia não é trocar um elevador velho por um novo, mas significa aplicar todo um processo de inovação disponível no mercado, para as estruturas existentes: novas tecnologias, novos produtos, digitalização. Tudo que é essencial para a segurança de um elevador sob renovação.
Levando em conta que este poço de petróleo não está em “águas profundas”, mas bem aqui no centro das principais cidades.