Segunda matéria da Rádio Itatiaia, a Polícia Civil de Minas Gerais abriu investigação contra a Ascensore Elevadores, empresa de fabricação, instalação e manutenção de elevadores, suspeita de receber dinheiro e não entregar o produto acertado com clientes de Belo Horizonte. O caso foi revelado com pela Itatiaia na última segunda-feira (10). Após veiculação da matéria, novos clientes procuraram a reportagem para relatar que foram lesados e que registraram queixa na polícia.
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que a investigação encontra-se em andamento na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor. Caso haja outras vítimas, a PCMG orienta que o cidadão lesado compareça a uma unidade policial mais próxima de sua residência para o devido registro dos fatos e a devida representação criminal para o início das investigações”, diz nota enviada à Itatiaia.
A reportagem teve acesso a boletins de ocorrência registrados contra a empresa. Um dos documentos descreve que um condomínio fechou contrato no valor de R$ 72 mil, pagou a maior parte à vista e a entrega foi acertada para março de 2022. No entanto, o acordo não foi cumprido, a empresa não aceitou acordo e ainda bloqueou os números dos moradores do prédio. O condomínio entrou com uma ação no Juizado Especial.
“A empresa não comparece a nenhuma audiência e nem manda representante. Me bloquearam nos números da empresa. Percebo que, de fato, não existe uma conduta da parte deles conforme o que foi passado (de querer honrar os contratos). Se a intenção deles é honrar os compromissos, que deixe claro para os clientes, porque a impressão que dá é que, realmente, eles vão dar o cano”, disse um morador, que pediu para não ser identificado.
Outra pessoa que mora no prédio destaca os riscos que o serviço iniciado e não finalizado pela Ascensore Elevadores representam. “Estamos vivendo no condomínio com esse tapume à mostra, porque fizemos adaptação civil e concluímos essa etapa com uma outra empresa. Mas nosso dia a dia está sendo conviver com isso. O aspecto é horroroso. Os tapumes estão úmidos, mofaram, fora o risco dessa movimentação que a gente tem de pessoas no prédio. Vai que uma criança resolve tirar um tapume e cai no fosso? Isso é um risco grande que a gente tem”, apontou.
A empresa possui também diversas reclamações de não entrega no Reclame Aqui.
A reportagem procurou a Ascensore Elevadores. Um dos sócios disse que iria responder sobre os novos relatos, mas não retornou.
R$ 700 mil
A empresa está localizada no bairro Cachoeirinha, região noroeste de Belo Horizonte, e tem pelo menos oito processos ativos na Justiça com pedidos que passam R$ 700 mil. A reportagem apurou que um hospital de BH cobra mais de R$ 530 mil pela compra de elevadores não entregues.
A Ascensore nega calote, diz que enfrenta dificuldades causadas pela crise da pandemia de Covid-19 e que vai honrar os compromissos assumidos.