Investimento e modernização em alta em 2021

Maior acesso às peças e equipamentos, globalização e melhora no cenário econômico aquecem planos do setor

O segmento de elevadores tem expectativas positivas para 2021. As empresas do setor planejam novos investimentos em máquinas e equipamentos, estudam expandir a capacidade de produção e de atendimento ao cliente, além de novas contratações. É o que indica a sondagem realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Elevadores (ABEEL) junto a alguns associados.

“Estamos cada vez mais capacitados a oferecer peças, equipamentos, e a atuar com as mais novas tecnologias”, afirma Marcelo Braga, presidente da ABEEL e do Sindicato das Empresas de Elevadores do Estado de São Paulo (Seciesp). A globalização colocou as empresas nacionais em pé de igualdade, ressalta. Além disso, há um enorme esforço das empresas nacionais em produzir peças e componentes de qualidade e, em muitos casos, o índice de nacionalização pode chegar a 70%.

Boa parte do otimismo com os negócios se baseia nas perspectivas favoráveis da construção civil. Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) haverá crescimento de 4% neste ano, após o recuo de 2,8% em 2020. O setor também deverá ter desempenho melhor que o restante da economia, já que, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o PIB brasileiro de 2021 crescerá 3,2%.

Pior já passou – No ano passado a construção já vinha apresentando bons resultados. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou uma sondagem, que revela que o setor foi o que mais gerou empregos no país nos primeiros 10 meses de 2020, com a criação de 138.409 vagas formais – o melhor resultado para o período desde 2013. Para a CNI, os empresários do setor preveem resultados positivos para os próximos seis meses.

Os índices de expectativa também demonstram que os empresários estimam o aumento do nível de atividade e um maior volume de lançamentos de novos empreendimentos e serviços.

“Tudo indica que o pior já passou”, afirma o presidente da ABEEL. O mercado imobiliário residencial responde pela maior demanda brasileira por elevadores. No segmento, habitações populares correspondem a 80% das vendas. A demanda do segmento imobiliário residencial pelos equipamentos fará com que 2021 seja um ano positivo, tanto em equipamentos novos quanto em serviços, peças de reposição e revitalização de elevadores.

O mais importante, destaca Marcelo Braga, é que o setor está cada vez mais qualificado, apto a fornecer peças e a competir com as multinacionais.

Infolev planeja ampliar a sede, novas máquinas e equipamentos

Crescimento em 2021 – “Sim, deve haver recuperação e crescimento”, afirma Fabio Aranha, diretor do Seciesp e da Infolev, empresa que fabrica equipamentos para elevadores, sendo a maior parte para modernização e outra parte menor para equipar elevadores novos.

A pandemia do novo coronavírus causou um forte impacto inicial, destaca Aranha. Em 2021, as empresas estão adaptadas ao cenário desafiador e mais otimistas à espera da vacinação: “Mesmo com os problemas da pandemia continuando por um certo tempo, agora já está comprovado que a atividade e mais do que essencial, o risco de técnicos no edifício em geral é muito baixo”.

Outro fator também valorizou o segmento de elevadores, ressalta o diretor da ABEEL, foi a mudança de comportamento social com a Covid-19. “A pandemia também mostrou necessidade de valorizar o local onde moramos e muitos agora também trabalham no mesmo lugar” analisa Aranha. Todos esses fatores incentivaram os planos de investimento da Infolev, ressalta.  

Preços competitivos – “Vamos investir em nova ampliação da sede, máquinas e equipamentos para aumentar a produtividade e competitividade e também pretendemos contratar e, como sempre, formar mão de obra qualificada investindo em treinamentos, mesmo que tenham que ser a distância”, ressalta Aranha.

A facilidade de acesso aos produtos importados aumentou a competitividade das empresas, destaca ele. Aranha explica que os componentes eletrônicos, em geral, são importados, mas como a Infolev fabrica localmente com muitos produtos nacionais, os impactos nos custos é bem menor que dos concorrentes estrangeiros e com isso aumenta nossa competitividade da empresa. “Depende do produto, o índice de nacionalização pode chegar a 70%”, diz ele.

Engetax mantém investimentos para 2021 e espera ano melhor

Boa surpresa – Para José Ricardo Schmidt, vice-presidente do Seciesp e diretor da ABEEL, o setor iniciou 2021, particularmente, com uma demanda acima do esperado. Schmidt atribui o resultado aos consumidores com recursos que buscaram se adaptar à nova condição de moradia devido ao home office. Na Engetax, as vendas de novos equipamentos correspondem a 71 % e os serviços a 29 %. “Porém, a comercialização de elevadores no momento está com os preços defasados, muito abaixo se comparado com anos anteriores”, observa.

Mesmo assim, a empresa que Schmidt preside, a Engetax, tem plano de expansão já estava prevista e em andamento na área administrativa, e pretende criar uma nova torre de testes para novos elevadores.  

Alfa Elevadores: Empresa acredita em um crescimento de 5% para o mercado em geral neste
ano

Ricardo Novaes, diretor da Alfa Elevadores, empresa de fabricação e manutenção de elevadores, acredita num crescimento de 5% para o mercado em geral neste ano. Com base nesse cenário positivo, Novaes diz que os planos da empresa serão sempre a busca pela melhor qualidade dos produtos que vendemos, sejam eles produzidos internamente ou importados, queremos conquistar cada vez mais a satisfação do cliente.

O maior problema do setor é a desvalorização do setor, destaca o diretor da Alfa Elevadores. Segundo Novaes, isso acontece pela facilidade de se abrir uma empresa, muitas vezes sem nenhuma estrutura e até mesmo sem conhecimento técnico. São empresas que oferecem produtos e serviços a preços muito mais baixos para atrair clientes que se arriscam a contratar pelo menor preço.

Orçamento mais baixo não é sinônimo de qualidade, enfatiza: “Quando surge um problema, passam a generalizar e desconfiar das demais empresas, optando então pelas multinacionais.”

União setorial – Uma das estratégias para enfrentar esses desafios é a atuação conjunta das empresas em prol de interesses comuns. “Acho que a união setorial é importante e fundamental para o crescimento das empresas, tenho visto o empenho dos dirigentes do Seciesp e da ABEEL em busca dessa união, não é fácil, mas pôde-se perceber que muitas coisas melhoraram para a categoria”, afirma Novaes.

Para Fábio Aranha, a união é fundamental, já que as empresas têm muitos objetivos em comum, mesmo sendo concorrentes. “Temos todos preocupação com a segurança em geral dos elevadores, formação de técnicos específicos para este setor, evitar práticas anticoncorrenciais e abusos no mercado”. Para ele, neste momento de pandemia, é hora de união e de prestigiar as empresas nacionais.              

José Ricardo Schimdt enfatiza a união como estratégia para que as empresas possam ser respeitadas. Ele acredita que somente com representatividade o setor poderá pleitear melhorias para a categoria perante toda a sociedade. “Principalmente em níveis governamentais”, ressalta. 

INSCREVA-SE NA NOSSA NEWSLETTER

- Publicidade -spot_img

ÚLTIMA EDIÇÃO REVISTA

spot_img

ÚLTIMAS MATÉRIAS