A Câmara de Viana do Castelo abriu hoje concurso público, pelo valor base de 356,100.12 euros para requalificar o elevador de Santa Luzia, parado há cerca de sete meses, e que em julho completa 100 anos de existência. De acordo com um anúncio publicado em Diário da República, hoje consultado pela agência Lusa, o contrato prevê a “aquisição de serviços de gestão, manutenção e funcionamento do funicular de Santa Luzia”, sendo que “o prazo de execução do contrato (prazo inicial sem incluir renovações) é de 36 meses”.
O funicular, muito procurado pelos turistas que visitam a cidade, está parado há cerca de sete meses devido a uma anomalia detetada num dos cabos. O elevador de Santa Luzia foi construído por iniciativa do empresário e engenheiro portuense Bernardo Pinto Abrunhosa e inaugurado a 02 de junho de 1923, através da Empresa do Elevador de Santa Luzia.
Em 2005, foi transferido para o domínio público do município e alvo de uma empreitada de 2,2 milhões de euros. Com lotação para 25 pessoas, 12 sentadas e 13 em pé, o funicular permite também o transporte de bicicletas para que os ciclistas possam ascender a Santa Luzia e circular nos trilhos de montanha existentes. Com 160 metros de desnível e 25% de inclinação média, o elevador de Santa Luzia dispõe de três fontes de energia diferentes (elétrica, gerador e bateria) e de quatro sistemas de travagem, sendo a segurança precisamente uma das características da renovação realizada. O funicular de Santa Luzia foi distinguido com o prémio de Infraestrutura Ferroviária do Ano 2013 e 2014.
Aquele equipamento é uma das formas de aceder ao santuário. Além do acesso automóvel, é também possível chegar ao topo de Santa Luzia pelos cerca de 650 degraus do escadório, quase paralelo ao elevador. Em maio de 2021, em declarações à Lusa, o então vereador do Planeamento e Gestão Urbanística, Reabilitação Urbana, Desenvolvimento Económico, Mobilidade, Coesão Territorial e Turismo e atual presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, disse que o elevador que liga a cidade ao templo de Santa Luzia, contíguo à cidade, evitou que 433 mil veículos subissem o monte em seis anos de funcionamento daquele equipamento municipal.
Na altura, Luís Nobre estimou que, entre 2014 e 2019, o funcionamento do elevador tenha evitado, por dia, a subida ao monte de 100 veículos, transportando cerca 300 pessoas. O responsável sublinhou que aquele meio de transporte é “fundamental para a rede de mobilidade urbana, por representar uma função complementar, ligando os dois mais importantes ícones da cidade, o seu centro histórico e o templo Santa Luzia.