A lubrificação em elevadores

Por Eng. Rodrigo Antonio da Silva

Há três décadas trabalhando com máquinas mecânicas, acabamos juntando um pouco de conhecimento e percebendo que, quanto mais trabalhamos na área, mais percebemos que atualizar-se é uma necessidade constante. Observando os elevadores visitados, inspecionados e/ou acompanhados periodicamente, tenho verificado que sempre há oportunidades de melhorias e às vezes passam despercebidas pelos técnicos na linha de frente da manutenção de elevadores, seja qual for a área de atuação ou etapa dessa manutenção.

Para a lubrificação de máquinas de tração de elevadores, as sem engrenagem ou Gearless facilitam a vida da manutenção, no que diz respeito à lubrificação no espaço da maquinaria (com ou sem casa de máquinas), ficando atenção maior nas manutenções preventivas e uma lição de casa para a preditiva, programando as trocas de rolamentos, por exemplo.

Tenho observado que a grande melhoria a ser empregada é o controle de periodicidade de troca de óleo de máquinas de tração com engrenagem e a transparência com o cliente no que diz respeito à troca. A comparação com a troca de óleo em um carro, por exemplo, pode ser usada para esclarecimento. Já sobre a lubrificação dos demais componentes de um elevador, há poucas atualizações.

Para as guias de elevadores, os lubrificadores automáticos são uma grande oportunidade de melhorar a performance da lubrificação e melhoria de produtividade do técnico. Nos elevadores de tração por cintas ou correias, o óleo a ser aplicado nas guias é diferente do óleo aplicado nos elevadores convencionais, fique ligado.

Os demais pontos de lubrificação, como buchas, gaxetas, roldanas, êmbolos, rolamentos, mancais, graxeiras, etc., também precisam passar por uma reciclagem no campo, pois passam despercebido na preventiva, em muitos casos. Ocorre, que algumas informações precisam ser bem disseminadas e conceitos revistos entre os técnicos, devendo ser bem passadas aos clientes, de forma que todos entendam as necessidades de melhorias de lubrificação nos elevadores. O conhecimento sobre lubrificantes, sua aplicação e pontos de lubrificação é um deles.

Por que usamos lubrificantes

Usamos lubrificantes para diminuir o atrito entre as peças, simples assim. Encontramos o atrito em qualquer tipo de movimento entre sólidos, líquidos ou gases. Trataremos nesse artigo o atrito entre sólidos. Para diminuir o atrito e o desgaste provenientes do contato entre as superfícies, temos condições de aplicar um lubrificante (sólido, líquido ou pastoso em elevadores) a fim de manter as superfícies “separadas”. Com isso, o desgaste prematuro é evitado.

Funções dos Lubrificantes

A lubrificação tem a função de evitar uma série de problemas nas máquinas e demais sistemas mecânicos. Entre as principais funções dos lubrificantes nos elevadores, temos as seguintes:

  • Evitar a perda de energia e diminuir o desgaste, reduzindo o contato entre as superfícies.
  • Controlar a temperatura, dissipando o calor gerado pelo contato das superfícies, principalmente em altas velocidades, como em motores e redutoras.
  • Controle da corrosão, melhorando a conservação.
  • Amortecimento de choques (como nos amortecedores hidráulicos).
  • Impedimento da saída de lubrificantes e a entrada de partículas estranhas (função das graxas) no sistema.

E a tal oleosidade, o que é?

A oleosidade é a propriedade dos lubrificantes que une a adesividade (formação de película lubrificante que se espalha de maneira uniforme entre as superfícies) e a coesividade (evita rompimento da película lubrificante) de um lubrificante.

Lubrificantes mais utilizados em elevadores

Os lubrificantes líquidos (minerais ou sintéticos) são os mais empregados na lubrificação de elevadores, sendo que os óleos sintéticos têm maior duração, são mais estáveis e tem maior custo, devido à sua maior duração podem compensar a mão de obra.

Os lubrificantes pastosos, as graxas, são empregados onde os lubrificantes líquidos não executam suas funções de maneira satisfatória, geralmente empregadas em sistemas com baixa velocidade e onde se quer evitar a entrada de contaminação externa, como buchas, rolamentos e mancais vedados, ou até locais de difícil acesso onde a alimentação com óleo não é feita continuamente ou alta frequência.

Os lubrificantes sólidos são usados, geralmente, como aditivos de lubrificantes líquidos ou pastosos. A grafite, o talco, a mica etc., são os mais empregados em bobinas de freios magnéticos e rampas magnéticas, por exemplo, pois apresentam grande resistência a temperaturas mais altas de trabalho.

A escolha do lubrificante


Não se engane, não é tarefa fácil escolher um lubrificante, nos testes de aplicação devem ser levadas em consideração sua densidade, viscosidade, diluição, cor, consistência, ponto de gota, formação de espuma, etc. Por isso, antes de trocar de fabricante ou de fornecedor do lubrificante, verifique a especificação de lubrificação indicada pelo fabricante do componente.

Métodos e pontos de lubrificação

A lubrificação manual é feita por meio de almotolias e não é muito eficiente, pois, não produz uma camada homogênea de lubrificante. Como exemplo, temos a lubrificação manual das guias e roldanas de trincos dos elevadores.

Copo com agulha ou vareta

Esse dispositivo possui uma agulha que passa por um orifício e cuja ponta repousa sobre o eixo. Quando o eixo gira, imprime um movimento alternativo à agulha, liberando o fluxo de lubrificante, que continua fluindo enquanto dura movimento do eixo.

Lubrificação à graxa

Quando se faz a aplicação por COPOS STAUFFER, impõe-se o uso de graxa do tipo untuoso. Os copos devem ser enchidos de modo a se evitar a formação de bolhas de ar.

No caso de lubrificação por meio de PISTOLA, deve-se previamente limpar o pino graxeiro.

Anel, colar ou correntes de lubrificação

São empregados principalmente na lubrificação de eixos.

Lubrificação por enchimento São empregados, principalmente em correntes submersas, conjunto coroa e sem fim e rolamentos, no qual os componentes do sistema permanecem dentro do lubrificante.

Contaminação do lubrificante

A presença de contaminantes, tais como água, impurezas no lubrificante, tais como poeira, areia, fiapos etc., e até outros lubrificantes diferentes do especificado para o equipamento poderá causar danos irreversíveis às máquinas e equipamentos. Além da deterioração do lubrificante, poderá ocorrer obstrução dos dutos de lubrificação.

Monitoramento das condições do lubrificante

Com a observação periódica do lubrificante é possível identificar e monitorar o desgaste do equipamento. A periodicidade de troca, a possível contaminação, mudança de coloração e a presença de partículas provenientes de desgaste nos dá informações suficientes para prestar um bom serviço de manutenção.

Manter o controle de lubrificantes e a periodicidade de sua troca são atividades vitais para que o equipamento se mantenha em boas condições operacionais. Aplicar etiquetas de periodicidade (parecidas com aquelas colocamos nos vidros do nosso carro) pode ser uma solução simples e eficaz para melhorar a saúde do equipamento e melhorar o controle de manutenção lá na ponta, com o técnico.

Conclusão

A lubrificação em elevadores pode parecer tarefa simples, mas a falta de atenção às características básicas dos lubrificantes e até mesmo a falta de controle da periodicidade de aplicação ou troca podem provocar sérios problemas ao cliente e até a empresa mantenedora, se provocar danos por desgaste prematuro. Temos ótimos fornecedores de componentes e de lubrificantes no mercado brasileiro. No caso de dúvidas, vale a pena envolvê-los para procurar soluções para problemas de lubrificação encontrados no campo.

Atender às especificações, adquirir, aplicar e monitorar corretamente são ações que fazem parte do processo de manutenção dos elevadores. A manutenção preventiva é essencial e faz com que a vida útil dos componentes do elevador seja a maior possível. Aplicar a manutenção preditiva tende a trazer maiores benefícios ao cliente e ao fornecedor de manutenção.

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Sobre o autor

Engº Rodrigo Antonio da Silva

REG. CREA-SP: 5060243204

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